Desequilíbrio

O movimento veloz que vejo persiste em ficar.
O som ininterruptamente continuado de forma repetida perturba e não cala.

Larga-me ó oscilação constante,
Desequilíbrio exaustivo!

És máquina de café que suspira chávenas vazias;
És arrastar petulante de cadeiras;
És prato que garfo pica;
És moedas que saltam no bolso;
És cigarro incandescente que esbarra o cinzeiro;
És caneta que faz contas à mesa;
És miúdo que grita;
És calcar violento do velho sulcado pela vida;
És janela entreaberta que ginga;
És pássaro agudo que pia, pia, pia;
És vento farto de inércia e resmungas o calor que te separa de ti mesmo;
És pregão desvairado das flores descartáveis;
És semáforo que apita verde, vermelho, verde, vermelho, verde;
És carro que corre feroz.

-Quieto! (gostava eu de dizer...)

3 comentários:

Rebeca Pascoal disse...

criei um filme em cada frase do teu texto..sempre incrivel

marie disse...

kro mais mais mais mais!!! mais surpresas dessa tua escrita fascinante! ;)*

Anónimo disse...

Gosto (e muito) :)